CEBRASPO: Por el derecho al entierro digno del profesor Abimael Guzmán Reynoso.


El profesor Abimael Guzmán Reynoso (Presidente Gonzalo), prisionero de guerra del Estado peruano y presidente del Partido Comunista del Perú, que había estado encarcelado e incomunicado en una celda submarina en la base naval del Callao durante 29 años, murió en la mañana del 11 de septiembre. 

Como denunciamos en un reciente comunicado, todo lleva a culpar al Estado peruano por dejar al maestro sin el tratamiento adecuado, lo cual es asesinato por negligencia. No le dieron el derecho a pasar sus últimas horas en compañía de ningún familiar o amigo. Y para aumentar el abanico de derechos vulnerados desde la detención del profesor Abimael Guzmán el Estado peruano, en la figura de su ministro de Justicia, de un gobierno autodeclarado progresista, quiere negar el derecho al entierro de su cuerpo. 

El derecho al entierro digno es un derecho humano fundamental, que compone los convenios de Ginebra relativos a las situaciones de guerra y conflicto armado. Es parte de las directrices básicas de todas las religiones monoteístas actuales y el cristianismo dominante en el mundo occidental. Este derecho está profundamente arraigado en la matriz cultural occidental, incluso hay famosas tragedias griegas. El Estado brasileño ya ha sido sancionado por la Corte Interamericana de Derechos Humanos por la desaparición de los cuerpos de los combatientes de la guerrilla de Araguaia.

¿El actual gobernante Castillo, que recientemente ganó las elecciones en Perú con banderas "democráticas" contra la hija del genocida y fascista Fujimori, se equipara al régimen militar fascista brasileño en el ocultamiento de cadáveres y la negación del derecho a un entierro?

¿Qué temor tendrá el gobierno peruano, ya que habría habido una supuesta pacificación de un conflicto armado donde es cómodo poner en cuenta de una de las partes -la guerrilla- todas las muertes, siendo un hecho comprobado que el gobierno del fascista Fujimori pasó por encima de cualquier derecho democrático de la población, implementando una guerra sucia?

¿Teme que los factores económicos y sociales subyacentes de la realidad peruana sigan presentes y no tengan soluciones para enfrentarlos? ¿Cuántas muertes por covid se han producido como resultado de la falta de una política de salud pública? 190.000 muertes, la tasa más alta de muertes en el mundo por COVID en relación con su población.

No le han atribuido ninguna causa de muerte al profesor Guzmán, ni por asesinato ni por diseminación de enfermedades infecciosas. Aún así, fue mantenido en régimen de incomunicación y se cuestiona su derecho a un entierro digno. ¿Los genocidas del estado contra el pueblo serán tratadas en caso de covid de la misma manera?


CEBRASPO Centro Brasileño de Solidaridad con los Pueblos - Brasil

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Pelo direito ao sepultamento digno do Dr. Abimael Guzmán Reinoso

O professor Abimael Guzmán Reinoso (o Presidente Gonzalo), prisioneiro de guerra do Estado peruano e presidente do Partido Comunista do Peru , que estava há 29 anos preso e incomunicável numa cela abaixo do nível do mar na base naval de Callao, faleceu na manhã de 11 de setembro.

Como denunciamos em nota recente, tudo leva a culpabilizar o Estado peruano por ter deixado o professor sem tratamento adequado, o que é assassinato por negligência. Abimael Guzmán não teve direito a passar suas últimas horas em companhia de nenhum familiar ou amigo. E para agravar ainda mais o leque de direitos violados desde a prisão do professor, o estado peruano, na figura do Ministro da Justiça de um autodeclarado governo progressista, quer negar o direito ao sepultamento de seu corpo.

O direito ao sepultamento digno é direito humano fundamental, compondo as convenções de Genebra que tratam de situações de guerra e conflitos armados. Faz parte das diretrizes básicas de todas as religiões monoteístas atuais e do cristianismo dominante no mundo ocidental. Este direito está profundamente arraigado na matriz cultural ocidental e não por acaso encontra-se no âmago da muito debatida tragédia de Sófocles, quando Antígona desafia o Estado tebano para realizar os ritos fúnebres ao irmão Polinices.

A violência do Estado que submete a tratamento desumano e degradante e também se dedica de maneira insidiosa ao apagamento do professor Abimael Guzmán, em sua ânsia por fazer desaparecer não apenas o corpo, mas também eliminar a memória do que ele representa, faz com que esse Estado subsista aniquilando sua própria substância moral, engendrando a própria ruína, tal como disse Sófocles.

O Estado brasileiro já foi penalizado pela corte interamericana de direitos humanos pelo desaparecimento dos corpos de combatentes da guerrilha do Araguaia. Estará o atual governante Castillo que ganhou recentemente eleições no Peru com bandeiras “democráticas” contra a filha do genocida e fascista Fujimori se igualando ao regime militar fascista brasileiro no ocultamento de cadáveres, e na negação do justo direito ao sepultamento?

Que temor terá o governo peruano, já que declara ter havido a suposta pacificação de um conflito armado onde faz-se cômodo colocar na responsabilidade de uma das partes - a guerrilha - todas as mortes, sendo fato comprovado que o governo do fascista Fujimori passou por cima de qualquer direito democrático da população, implementando uma guerra suja? Teme pelos fatores econômicos e sociais subjacentes a realidade peruana estarem ainda presentes e não ter soluções para enfrentá-los? Quantos mortos de COVID ocorreram decorrentes da falta de política pública de saúde? 190.000 mortes, a maior taxa de mortes do mundo por COVID relativa à sua população.

Não se pode imputar nenhuma morte ao professor Guzmán, nem por assassinato e nem por disseminação de doença infecciosa. Mesmo assim, esteve preso incomunicável e está questionado seu direito a um sepultamento digno. Tratar-se-á os genocidas oficiais do povo por covid da mesma forma?

A mesma história que aponta a existência de uma repetição aterradora de genocídios nos lembra que os mortos da violência de Estado sistemática não podem ser silenciados. A tentativa inadmissível de anular, de ocultar e fazer desaparecer os nomes e corpos, matando uma segunda vez para tentar apagar determinados sujeitos da memória coletiva, somente pode ter um caminho: o irrevogável retorno daqueles que o Estado tentou empalidecer.

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